TARDES DE OUTUBRO
O mesmo coração que me remete à poesia
desconsola-me em esperas na fantasia
do mundo real,
da razão desigual,
arrastando-me pernas, dia após dia,
pela estrada que me confisca a alegria.
Nunca soube amar, ou amo torto.
Jamais me dei ao luxo do conforto
dos insensatos,
nem aos inexatos
rumos que apontam algum porto.
O que fica é sempre um sonho morto.
O anjo secreto dos tempos de menino,
parceiro fiel de qualquer desatino,
jaz sem vida,
asa partida.
No silêncio da tarde que me faz outubro,
gasto horas, mais esqueço que descubro.
O mesmo coração que me remete à poesia
desconsola-me em esperas na fantasia
do mundo real,
da razão desigual,
arrastando-me pernas, dia após dia,
pela estrada que me confisca a alegria.
Nunca soube amar, ou amo torto.
Jamais me dei ao luxo do conforto
dos insensatos,
nem aos inexatos
rumos que apontam algum porto.
O que fica é sempre um sonho morto.
O anjo secreto dos tempos de menino,
parceiro fiel de qualquer desatino,
jaz sem vida,
asa partida.
No silêncio da tarde que me faz outubro,
gasto horas, mais esqueço que descubro.