Silêncio da madrugada

no silêncio da madrugada

observo a chama queimar

inquieta

dialogo com as estrelas

o céu está tão quase inquieto

quanto minha quase incompreensível

chuva de pensamentos

temporal se forma em minha mente

grita meu pulsar no imóvel tempo

que circunda a nuvem sobre meu café

os carros, impiedosos, passam

a irromper o silêncio, sem respeitar os sinais

ao longe, ouço o rufar do vento

na copa de um adulterado ipê

que desconhece a dor

do desprezo de você

qualquer dia eu te conto

como nascem as manhãs

qualquer hora eu me encolho

e só você vai escutar

como cantam os pintainhos

que a manhã faz acordar...

aquela nuvem já se dissipou

mas ainda escuto aquele trovejar

apesar do silêncio que insiste em negar

e recusa os versos que emergem neste escuro

que só o céu e o meu azul sabem existir

tu fazes sol, mas os ninhos ainda dormem...

e só renascem com teu brilho em manhã

e quando tua luz chega, vou cantar com eles

e as estrelas de mim se despedem, com pesar...

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 18/03/2007
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