A Parte do Todo

Tateio cegamente os espelhos d'água

A fim de encontrar-te, ao menos

Escondido na ligeira madrugada.

Mas não estás. Neste peito jaz o silêncio.

Ah... este silêncio!

Tão frio, tão justo, tão perene.

Tua ausência onipresente

Torna os meus olhos cativos.

Queria ser aquela pedra

Que lançaste sobre o rio.

De contente saltava bela,

Não por voar, mas por ter lhe pertencido.

Esta graça não sinto

Meus olhos pesam mais que meu corpo,

As lembranças mais que minha mente,

Meu amor mais que o todo,

Que a mim também não pertence.

Karoline Correia
Enviado por Karoline Correia em 01/03/2013
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