Medo!

Canônico está meu momento

Enquanto no espelho perscruto minha imagem

Sinto-me despida perante mim...

Isso pode parecer bobagem,

Mais o frio das verdades, faz tremer minha alma,

E fazem afloram meus desafetos.

Encaro então, meus defeitos, meus tolos gestos.

De frente com meus deslizes,

A vida perde os matizes

Desbotado, sem pudor...

Preto e branco, sem cor.

Reencontro meu espírito,

Que soluça frágil, aflito.

Ouço seu grito latente, pungente,

Ínfimo se esvaído, mesclado a outros sons...

Que me roubam à atenção e me deixam sem percepção.

Posso ver meu espírito

Em pendurado num despenhadeiro maldito

Agarrando-se coitado

Aos meus últimos resquícios de lucidez,

Implorando-me um pouco de luz...

Pedindo consolo proteção,

Chorando, pedindo que eu o resgate

Das garras de minhas paixões.

Tenho no âmago de mim morando,

Confusão, decepção, histórias pendentes...

Sinto-me arquétipo de gente.

Humana, mortal, limitada e banal,

Mistura normalmente fatal.

Mosaico se dá na minha emoção,

Digladiam-se sensações,

E com isso, dá-se o falecimento dos meus sonhos.

E na lápide inscrito estar:

“Aqui jaz, quem só viveu para sonhar”

Perene meu tormento,

Na minha busca pelo paraíso

Perdi-me num labirinto sem saída,

Sem novelo nem Jasão,

Ariadne que sou...

Minotauro que estou.

A lascívia domina meu ser,

E me lembro você... Nós dois, a sois...

Quero não pensar no teu beijo,

Fugir do teu fascínio, teu jeito menino...

Teu toque, teu cheiro.

Quero fugir de te querer, de você.

Não me fazer amor pensando em ti... não sentir,

Tanto prazer, quase morrer.

Fugir, nunca mais te ver...

Mais meu corpo te clama,

Minha alma abomina essa chama...

Mais meu desejo te chama.

Não sei o que fazer,perdida que estou em você!

E meu espírito se balança,

Perigosamente num precipício,

E te quero para meu prazer

Não tenho controle de mim,

Viciada que estou,

No teu jeito de fazer amor... Ou sexo!

Pensamento mais louco, sem nexo.

Único pensamento que expresso,

Ficar nua, sem fugir do meu desejo

Me entregar ao teu delírio

Ser feliz,perdida, sofrida,

Bandida!

Observadora
Enviado por Observadora em 17/03/2007
Código do texto: T416408
Classificação de conteúdo: seguro