Coração.
Falaram-me hoje sobre solidão.
Que ela está ali, sempre estendendo a mão.
Não deixa de marcar em cima um só segundo.
Tão chata, desesperada, nos deixa em cima do muro.
Não dá pra saber quando se é preenchido.
Acredito, eu, na minha humilde opinião,
Que somos preenchidos em meio a uma paixão.
A sensação quase-que-inexplicável nos toma por completo.
E, íntegros, preenchidos, nos doamos até que transborde [E sobre,
Ou cresça e se acomode]
O formato ao qual se molda, pouco importa.
Há só o que se deseja e, quase que cegos,
Não nos vemos completos.
Ser preenchido, acho, é não sentir o buraco [Até que
nos vemos com saudade, vazio no peito que busca refúgio e,
assim, rarefeito, como subterfúgio, quer o abrigo do peito alheio]