Senhas
Finalmente achei a chave!
Tuas correntes e algemas
Não me prendem mais...
Não vai restar nem saudade
Quem sabe, talvez, reste apenas
Um navio vazio no cais.
Libertei-me de teus porões
Às cegas achei a fechadura
Que até há pouco nem existia...
Fugi de tuas gaiolas e alçapões
Achei o antídoto ... cheguei à cura
Transformei a tristeza em alegria.
Se precisas aquietar tua alma...
Digo-te: Minha alma está bem!
Tua consciência pode ficar em paz.
Depois da tempestade, vem a calma
Estou acostumada com desdém
Por causa disso morrerei jamais...
Guarda na adega o teu vinho...
Oferta à outra as tuas flores...
Procura por novas presas...
Não terás mais abrigo neste ninho
Minh'alma já tem novas cores
Já me purifiquei das incertezas.
Sei que entenderás o que digo
Nesse meu último recado
Antes que novamente venhas
Procurar em meu colo abrigo
Saibas: já mudei todos os cadeados
E já troquei todas as minhas senhas.