Senhas

Finalmente achei a chave!

Tuas correntes e algemas

Não me prendem mais...

Não vai restar nem saudade

Quem sabe, talvez, reste apenas

Um navio vazio no cais.

Libertei-me de teus porões

Às cegas achei a fechadura

Que até há pouco nem existia...

Fugi de tuas gaiolas e alçapões

Achei o antídoto ... cheguei à cura

Transformei a tristeza em alegria.

Se precisas aquietar tua alma...

Digo-te: Minha alma está bem!

Tua consciência pode ficar em paz.

Depois da tempestade, vem a calma

Estou acostumada com desdém

Por causa disso morrerei jamais...

Guarda na adega o teu vinho...

Oferta à outra as tuas flores...

Procura por novas presas...

Não terás mais abrigo neste ninho

Minh'alma já tem novas cores

Já me purifiquei das incertezas.

Sei que entenderás o que digo

Nesse meu último recado

Antes que novamente venhas

Procurar em meu colo abrigo

Saibas: já mudei todos os cadeados

E já troquei todas as minhas senhas.

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 26/02/2013
Reeditado em 27/02/2013
Código do texto: T4161074
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