Poesia - 4
Me digas musa, quem sou?
de minh'alma, que será?
me digas onde irás
e contigo também vou
guie-me pela escuridão
trevas obscurecem minha vista
de-me ao menos uma pista
pera encher de luz meu coração
Estranhamente sinto-me calmo
paz habita em meu peito
talvez seja meu leito
musa minha que tanto clamo
Leve-me ao pé da montanha
à sombra da árvore sagrada
tua presença que tanto agrada
sob a noite de luar se acanha
Lágrimas do céu escorrem
canto fúnebre no paraíso ecoa
musica triste, porém tão boa
como a paz só aos que morrem
Musa minha, o que será
que acontecerá comigo
haverá ao lado ombro amigo
ou só, a vida me cessará
Tão inserto o futuro
tão alheio meu passado
um presente que me foi dado
por quem esteve sobre o muro
Observando os passos meu
até quando eu sozinho
fui escolhendo meu caminho
que iria um dia cruzar o teu
A Musa da minha vida
meu raio de inspiração
minha unica oração
será por ti em minha ida
Que as águas que caem correntes
não caiam dos olhos teus
somente as nuvens dos sete céus
chorarão, inda que descontentes
Minha presença neste mundo
não precisa de significado
bastou ter-te ao meu lado
para eu sonhar profundo
Sonho meu que não tem fim
unico sonho que não acordarei
inda no dia em que morrerei
tu e eu, estaremos assim
Eu, ao pé da montanha
à sombra da árvore sagrada
a meu lado, a musa amada
aproveitando a luz da manhã
Tu sorrindo sob as folhas
anúncio da chegada do outono
tu diz que sou teu dono
como de ar e água há bolhas
E à noite perto do mar
deitarei no colo teu
direi então que eu sou teu
e amaremos sob o luar
Nas nuvens pegarei tua mão
para levar-te pra passear
provarei então que sei amar
como outros nunca amarão