Rota alterada
Perdi-me em meus labirintos
Porque alteraste minha rota
Embriagaste-me com teus absintos
Esqueci-me de que há vida lá fora.
Ancoraste teu navio em meu porto
Ofereceste-me canções e luares
Agora, não sei se vivo ou morto...
Vais navegar em outros mares.
Não te apiedes da minha tristeza
Guarda para ti tuas esmolas
De minha dor, nascem estrelas
De minha poesia, construo escoras.
Não finjas a dor que não possuis
Não mintas a tristeza que não tens
Passei da fase dos sonhos azuis
E das inocentes viagens de trens...
Já vi esse filme no passado
Já percorri esse caminho outrora
Já devia ter imaginado
E há mais tempo ido embora...
Mas, a alma às vezes se engana
E constrói castelos na areia
Em mil versos se derrama
Com a cumplicidade da lua cheia.