TEU CORPO AUSENTE...



As horas chegam como

aluviões

e derrotam a minha ideia

onde hoje nem acento

cabe mais.



E teus cabelos se espanham

neste vento

um tanto tramontano

e me fazem pensar em

tua ilha.



Essa que habitas como

Robinson Crusoe

para ganhar de presente

um maço de solidão

que se estende beirando

uma praia deserta.



O tempo se fecha...como

um sinal vermelho

e não podemos passar

para o outro lado,

porque nosso vislumbre

não alcança novos

e largos horizontes.



Então o sol se põe na total

indirença da tarde

que lusco-fuscando...

termina

o que de dia começou,

enquanto

teus olhos apenas enxergam

teus próprios olhos

naquele espelho que você

esqueceu no céu !



Ah...esbanje teus cabelos

nesta linda tarde...

porque querendo ou não

você faz parte da paisagem.



E se te olho, apenas te

vejo horizonte...

um risco abobadado...

num fim de céu azul.



E eu ?

Hum...

Um começo de noite...

em teu corpo ausente.

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Autor : Cássio Seagull em 25-02-13 SP

ca.seagull@hotmail.com

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