Carne viva.
Então você surge de qualquer maneira
E passional arrecado tuas falas
Bebo teus gozos, louca quero mais.
Passeio na mentira de teus recados
Imagino-te o deus de ontem
Na escada de meus amores adolescentes.
Vibro a boca, tremo pernas,
Consulto o que quero, o que não devo
E caio, pervertida molecagem aos teus braços.
Nasci fêmea as tuas vontades
Se há preconceito diante de tal querer
Não temo o prazer de viver-te.
O beijo que morde minha língua
Saliva-me os lábios e o que pensam os outros
Cabe castigo aos tolos despercebidos.
Meu único desespero é tua carne
A consolidar as digitais do desejo
Na viva noção dos meus anseios.