Novos Lençóis

Era triste aquele lençol, desbotado, surrado

Nos tempos felizes, testemunhou nosso ardor

Ultimamente, testemunhou nosso enfado

E nosso desamor...

Já era tempo de trocá-lo:

Já não bastava, nem adiantava lavá-lo

Aticei fogo, consumiu-se em chamas

Juntamente com outros panos e trapos

Que não levaste consigo, para teu novo abrigo

Sentimentos, decepções, algodão, linhos e sedas

Tudo isso ardeu em chamas, gemeu nas labaredas

Teus gemidos de outrora, no fogo também pude ouvir

A crepitar e libertar-se do lençol e dos panos

Suspiros de amor, sussurros ardentes, gritos insanos

Foram-se pelos ares, a ecoar para as terras do nunca mais

E a cama vazia, agora aguarda o porvir

Novos sonhos, novos sussurros, quiçá até novos ais

Novos lençóis estão por vir...

Eron Levy
Enviado por Eron Levy em 25/02/2013
Código do texto: T4158267
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