O Garnizé
Sou um pezin de alecrim
Amigo de um Garnizé
Que vem comer minhas folhas
Se está doente do pé
Quando seu coração grita
Repleto de vigor e fé
Canta uma ária esquisita
Em fá, em dó, e em ré
Respeito
O trabalho da abelha é sagrado
O da formiga, sagrado é
O meu é magnifico, todos respeitam!
Por isso hoje, não tecerei minha teia
Frente à rosa que amanhece
Nos respeitaremos
Nos encantaremos
Pela benção das mãos
E a doçura do mel
O homem
Olha o homem
Com a faca na mão
Pica o coentro, colhe o tomate
Faz um afago, no manjericão
Todo carinho e respeito
Merece muita atenção
Quanta beleza aflora
Do fundo do coração!
A Cigarra
Aqui Jaz
A Cigarra papuda
De dezembro a janeiro, cantou
Lamentando a chuva
No leito de folhas secas
Seu corpo vai decompondo
Formigas festeiras, dançam
Um blues, uma valsa, um mambo
A rosa
A rosa que eu vi nascer
Tinha um olhar de Maria
Doava cheiros ao vento
Na tarde que se encondia
A rosa que eu vi morrer
Foi diluindo no vento
Nobre, serena, altiva
Não quis partir com lamento
" Os jardins de Carolina "