só na sombra ama
Fauno despertou-se do seu mito
Não se vê na terra e nos rios
Fauno deixou de ser selvagem
Fartou-se, em amor, mesmo sombrio
Que do céu caiu dentro da tarde
Afogado pela falta de sentido
Ergueu-se, Fauno, um mito triste,
Longe das florestas e castigado
Do seu chifre torto do diabo
O trovão do desencanto nasce
Sozinho anda, Fauno , sem vontade
Abandonado, longe das pastagens
Fauno chora de saudade, pois
Não se acha no mundo de pedra
Pois, Fauno, que só na sombra ama ,
Fauna, que pulsava-lhe, coragem