um dia imaginário

o mundo que existe la fora

O dia arde na janela

E no batente da porta

Morde os preço e se

Entrelaça à máquina

Que no tempo, faz

A vida rodar...a mesma

Máquina que nos maquia

Por Dentro, que nos força

Máscara e fingimento

Da rua bonita até a barroca

Mais dura, nos brejos,

Nos fossos, nos cortiços

Degradantes, o dia canta

Sua quente brandura

E Nos imensa de esperança

É o amor que varre

as pedras, morde as árvores

e os jardins abandonados

E brutal, esfaqueia a

Tristeza...(quantas

Facas para matar um

Sentimento, quantas

Quedas até que desistamos

De lhes valorar?)

Esse amor que passa

Cantarolando Como

se fosse fácil

Acabar com o medo...

E que a gente desprezava

Pois dele só se falava

Em segredo..

crianças correm, as

janelas se falam, há

comida e há embalo,

um assanhado olhar

que se inaugura sobre

as dores e perdas, como

se ali, uma conjunção

de verbos e catedrais

inalasse da mesma alegoria

a mesma flecha que se

pinta de estrelas

a seriedade abre-se

ao sol, ao céu que

banha de azul os olhos

a alegria infinita que

despenca do vento

e da moça que passa

que nem sequer

sabe que dentro

da vida existe

tantos buracos

pois esse dia é feliz

dentro de casa,

na rua e na cozinha,

nas cidade pequenas

na capital do país

(até na capital do pais)

nos ossos, nos olhos

no bichos que aprenderam

a dançar

e nos cavalos que correm

e na criaturas que dormem

pois o escuro lhe o inferno

todos cantam e oram

pois de dentro suas cascas

vêem o mundo que existe

lá fora