CORPO POÉTICO
Cobrir de falso linho
A ilusão
A carne
Desmedido
Sangra o coração
Estranhas gotas
Passionais da fantasia
Carne
Poesia
O que é mesmo verdade?
Há vestígios de mim
Nesta arte
Alegoria
E culpas desenhadas
No meu corpo triste
O rosto
Arde
Um milharal incendiado
Descendo o tronco
Até a pluvial
Bacia
E há ainda os olhos, ígneos
E palavras
Irisadas confidências
Num canto da boca
Falam
Falácias
Cantos comovidos
O que minto
Desavisada
Fazedora de versos
Verborrágica
Inconsentida
Ávida
Inexato e febril
Meu corpo poético
Que atravessas.
Sandra Fonseca