Trespassado coração
Tingi o nome dela na minha pintura,
guardei a cisão,
escolhi o arroubo de arte mais bonito.
Mas não completei a impenetrável fornalha,
não presenciei o momento,
não maculei a sua obra.
E essa certeza que me dói.
Ora gigantesca, ora pigméia.
O que será de mim depois que ela passar?
Por dez horas seguidas
estive meditando no meu calar.
Porque eu tinha que silenciar?
As coisas do coração são assim:
Dão voltas quando não queremos volta nenhuma
e são diretas quando precisamos de uma volta e meia.