LONGITUDE ESTRANHA

Na avenida a latitude é estranha

Tantos pórticos e pontes

Tantos cruzamentos e estórias

Na cidade do brilho falso o sol conta segredos

Alquimia da luz sobre as metáforas das sombras

Não há meninos nas ruas hoje

Não ouso risadas...

A avenida segue seu destino inclemente

Uma serpente lunática nas costas do mundo

Quantos destinos acharam seu fim naquele caminho?

Todo caminho leva a algum lugar

Todos os lugares são o fim de alguma jornada

Todas as jornadas sob o céu

Tantas dores no caminho

Nesta avenida dezembro nunca chegou

Não é terra de natais

Não é lugar...

Não é uma escolha

Não é opção

É só o caminho

Amplo caminho

Na avenida a longitude faz sua sorte.