Há um vaso quebrado
Fincado no meio do meu peito,
Onde não tem mais nada plantado
Desde que feneceu aquele amor-perfeito,
Perfeitamente dilacerado.
Não chove nunca aqui dentro...
Há só o peito ainda vazio,
Esvaziado de um amor desfeito,
Há tanto tempo purgo neste estio,
Que me morre a flor, o amor e o peito,
Sem qualquer esperança e tão sem o devido brio,
Que em meu peito nem sei mais morrer direito...
De viés, disfarça este meu olhar desconfiado
A força da foice da morte que me espreita,
Que vem não sei nunca por qual é que lado,
Que não a vejo, mas meu olhar conformado a aceita...
Fincado no meio do meu peito,
Onde não tem mais nada plantado
Desde que feneceu aquele amor-perfeito,
Perfeitamente dilacerado.
Não chove nunca aqui dentro...
Há só o peito ainda vazio,
Esvaziado de um amor desfeito,
Há tanto tempo purgo neste estio,
Que me morre a flor, o amor e o peito,
Sem qualquer esperança e tão sem o devido brio,
Que em meu peito nem sei mais morrer direito...
De viés, disfarça este meu olhar desconfiado
A força da foice da morte que me espreita,
Que vem não sei nunca por qual é que lado,
Que não a vejo, mas meu olhar conformado a aceita...