QUANDO ESCREVO

Quando escrevo, canto os meus mistérios

Acaricio os meus pecados

Beatifico os sonhos desperdiçados

E retifico os equívocos mais sinceros

Escrevo para levar a beleza ao sofrimento

Para comover o ódio

Para desentender o óbvio

Para fazer o silencio rir do lamento

Escrevo para acordar a dúvida

Para abençoar os céticos

Para priorizar os ecléticos

Para suavizar minha dívida

Quando escrevo, liberto os olhares

Adoço de luz os desejos

Desenho os mais doces beijos

Nas bocas famintas e sem lares.