porque buscamos segurança
se a noite me persegue e eu, impotente, não lhe
aguento, vou-me em direção a loucura: a artificialidade
do pensamento; que mesmo sendo lógico, não
sabe da linguagem do firmamento...
e crio para me proteger toda sorte de mentira,
explicações empobrecidas para esse processo que é
a vida, que cabe tudo que existe, e se a gente
não suporta algo, damos-lhe nomes sem sentido,
e assim perdemos força nessas viagens impossíveis e
evitamos o presente, que é feito de abismo, e nadamos
para o raso, imaginando-o seguro: como é seguro
um abrigo...