CICLOS
De tantas noites
São feitos os dias
De palavras mudas
De pequenos nadas.
Os ciclos se fechando
Em espirais concêntricas
A vastidão das coisas
Invadindo a alma.
E a maciez do novo
Rompe a agonia
Em asas de uma Fênix
Refaz a primazia
O canto, a sinfonia
Nos olhos da manhã.
E do desvão, do fundo
Sobre as sombras
Os muros
Altaneiras asas
Se elevam vastas
rompendo distâncias
As tramas fechadas
As teias fiadas
No pacto das rocas.
E logo se esboça
Na força de um traço
A luz, o compasso
De um verso perfeito
E o lábio sedento
De riso, de encanto
Se abre, desperta
No beijo na vida.