por isso o poeta é triste

triste, de pés fortes e boca grande

vai o poeta nas vielas, um fauno

elegante , venda-se ao mundo

santo e bebe em goles de cachaça,

o amargo que vem do amor e que

na vida deixa uma baça

da sua alma de poeta, onde o barqueiro

navega, monstros feitos de mortes

de perdas e mazelas, coabitam

com esses versos que lhe pesam

como uma cela...

em memória esse amor que um

dia teve, amor que lhe foi bom, mas

que nunca matou sua sede, e por

mais que se esforçasse não sentia que

fosse aquele, o amor definitivo, o amor

que fosse prece.

e por isso o poete é triste e por isso

o poeta bebe