ELE

Ele, chamado de pivete

Vive ao relento

Sempre nas ruas, é onde tira seu sustento

No sinal faz malabare,pula e deita no chão

É assim que dia a dia ganha seu pão

A noite cai, em passos lentos vem chegando meu rebento

Carinha cansada que o sol castigou

Mas sorriso nos lábios porque moedas ganhou

Me chama feliz, dizendo que chegou

Mostra a latinha para eu ver que trabalhou

Deita em meu colo com o dedinho na boca

Vira pro lado, adormece o danado

O dia mal amanhece lá vai ele trabalhar

Desce a rua correndo, esperando o sinal fechar

A moça o vê, e segura a bolsa com mais afinco

A senhora passa e o olha de soslaio

Minha pobre criança, não faz mal a ninguém

Mas a sociedade o reprime e faz dele um refém

Pobre criança, a rua é seu lar

Mas tem esperança de um dia estudar

Disse que será Doutor

Peço a Deus para d’ele cuidar

Pois a morte em meu leito não tarda a chegar

Dgui
Enviado por Dgui em 19/02/2013
Código do texto: T4148672
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