Incomum

Solidão é assim, olhando os pés.

Um silêncio, uma falta de convés.

Vá sem rancor sob a água, sem rasto.

Não me fale de flor, não sou casto.

Vai, vai com ele, vá com deus.

Deixe-me, com os sonhos meus.

Quando o corpo responde com dor,

Não a desejo que supere o clamor.

Mais do que amigos, o que temos em comum?

Contas em banco, imóveis, carros, cachorros?

O que temos em comum? Além de choros?

Penso em findalizar de forma incomum.

Incomuns silenciam, nessas linguagens.

Levam suco e vinho nas bagagens.

Uma dose de presente, silentes.

Incomuns jamais estarão ausentes.

Incomuns não partem.

Dizem: Até mais.