Despedida

Os pés cansaram dessas estradas.

Os olhos cansaram desses céus.

Os meninos deixaram de brincar,

Enfim, da maturidade são réus.

Os ipês que me guardavam na infância

Murcharam com minhas fantasias.

Os gravetos que eram amigos meus

São levados pelas enormes ventanias.

Balançar-me na rede da área de minha casa

É algo que não posso mais fazer

Por que um homem não pode chorar,

Enfim, menino tem que crescer.

Hoje que as oiticicas não me querem mais,

Que não brinco mais de bola no quintal,

Que não sou mais um moleque sabido

Tenho que deixar o meu lindo local.

Tão seco, tão vazio, tão mal, tão meu.

O menino que brincava com estilingue

Correndo dentro dos matagais

Que de um em um se extinguem.

A despedida dó demais, mas é preciso.

Rosas sempre murcham no jardim.

Canteiros sempre morrem de sede.

E toda infância chega ao fim...

Izaías Serafim
Enviado por Izaías Serafim em 18/02/2013
Código do texto: T4147611
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