A mestria do anonimato

Infinitamente escuso

eu vivo como numa concha.

Só quem tem a manha de abri-la

pode me ver.

Só meus amigos de verdade.

Só aqueles do peito.

Afinal, quem saberá de mim

depois que eu morrer?

Então que não saibam desde já.

Não tenho a intenção de me mostrar.

De ser alguém,

de aparecer.

Todos que são very important person

são também ocos por dentro,

superficiais como um programa de TV.

A sociedade os entendeu de pronto

e os colocou como animais presos

num zoológico.

Eu prefiro ficar longe dos holofotes.

Eu comigo mesmo.

Eu e o meu eterno esconderijo.

Prefiro a ourivesaria dos sem-nome,

prefiro a mística do desconhecido,

prefiro a canção da mestria do anonimato...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 17/02/2013
Código do texto: T4145915
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