Nordeste também cabe em uma rima.
"Nordeste é
cordel pendurado na feira,
preste atenção mocinho de Copacabana.
Nordeste é Ceará,
é Rachel de Queiroz,
é Luís Gonzaga,
é asa branca,
é forró,
é boneco de Olinda,
é Jorge Amado,
é José de Alencar.
Nordeste é estátua de Iracema,
é acarajé,é tapioca quente com queijo.
Nordeste é baião de dois.
Nordeste é sotaque
Nordeste é garra,
Nordeste é coragem.
Não é a foto da capa do livro que ilustra uma mulher
com vinte filhos e uma balde com água na cabeça.
Não vive só de desgraça.
‘Nordeste é seca e fome’;
disse o poeta brasileiro
por ter nascido em Minas,Paraná ou Belo Horizonte.
Pergunto eu a uma Dona da Bahia:
-Nordeste é fome Maria?
Maria não falou,estava com a barriga cheia de feijoada.
Nordeste é fome sim.
Fome de igualdade,
fome de neve.
Só isso.
E deve ser seca sim,mas
seca de preconceito,
seca de indiferença."