QUALQUER COISA ENTRE A AMARGURA E O TÉDIO

Sigo na luta, pobre coração,

desafiando uma canção qualquer,

entre assovios busco a melodia

pra harmonia seja qual vier.

Por entre versos de tristeza e dor

ainda vagueia uma lembrança torta

de tanto desamor e desafeto

assediando uma esperança morta.

Tornei-me um poço de desilusão,

eu que antes era pura poesia.

Agora canto e às vezes não entoa,

pois triste ecoa tanta cantoria.

A cada acorde acordo um sentimento

que no momento é o que me resta enfim.

Sou qualquer coisa entre amargura e tédio,

me recompondo ao som de um bandolim.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 16/02/2013
Código do texto: T4143981
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