QUALQUER COISA ENTRE A AMARGURA E O TÉDIO
Sigo na luta, pobre coração,
desafiando uma canção qualquer,
entre assovios busco a melodia
pra harmonia seja qual vier.
Por entre versos de tristeza e dor
ainda vagueia uma lembrança torta
de tanto desamor e desafeto
assediando uma esperança morta.
Tornei-me um poço de desilusão,
eu que antes era pura poesia.
Agora canto e às vezes não entoa,
pois triste ecoa tanta cantoria.
A cada acorde acordo um sentimento
que no momento é o que me resta enfim.
Sou qualquer coisa entre amargura e tédio,
me recompondo ao som de um bandolim.
Saulo Campos - Itabira MG