Pecado Primeiro

Tantas faces polidas

Teus sorrisos magistrais

O sorriso da moça querida

Enfeitiça os ancestrais

Observada, inda sem pudor

Desta noite, pobre o amor

Rostos cobertos

Corpos leves, dançantes

Sutis, aos passos seletos

À noite é bela, realmente

Sob a luz do anoitecer...

Vejamos acontecer...

O crepúsculo os ilumina

Esplêndida a hora da visita

Emociona a pura menina

Embriaga o vil vigarista

Sentimentos diferentes, levados

Em finais semelhantes, acabados

Esta noite, curta e longa

O tempo parado inda é veloz

Enquanto tua vida lho contas

Até quando estiveres a sós

Dois corpos virar um só

Que "Deoses"¹ de nós tenha dó

Como ânsia o homem

Quando apodrece-lho peito

Algo os consomem

Aos que "Prima Peccatum"² há feito

As vozes do corpo pede mais

Sempre, cada vez mais e mais

Triste o ato próximo

Que não ouso tal fato relatar

Algo destes, tão íntimo

Qual quebrado, não irá reatar

Partido pela eternidade estará

Vida dia desses inda se apiedará

O ventre imaculado

Já não existe outra vez

O vil homem, o ignaro

Não se pesará, talvez

Mas o véu dos olhos caiu

Pureza, da vida sumiu

Prima Peccatum! Piedade

Deoses que engrossem a vista

O fim da bela castidade

Levada por outro vigarista

Deoses tenham piedade

Deoses tenham piedade

Tantas faces polidas

Teus sorrisos magistrais

Os olhos da mulher vivida

Enfeitiça os ancestrais

Observada em indiferença

Absente d'uma crença

¹Deoses - do Latim: Deuses

²Prima Peccatum - do Latim: Primeiro Pecado

Aleph Maia
Enviado por Aleph Maia em 16/02/2013
Reeditado em 18/02/2013
Código do texto: T4143930
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