vida, ah vida
ah! imenso fardo
carregas em ti o sonho
impossível
de liberdade
a possibilidade
inatingível
da felicidade
a vontade
insaciável
da abundância
a relevância
inconquistável
da quietude
e espetáculo
inacessível
da beleza
permita-me
observar o voo pássaro
sentir a chuva cair devagarinho
ver brotar a primavera
ver a luz da lua no lago
subir a montanha
quero me enganar mais uma vez
eu rôo o osso mas não te largo