Mãos
Mãos que afagam,
mãos que esperam
o bem necessário.
Mãos que abraçam,
mãos que consolam
a dor inevitável.
Mãos que agradam,
mãos que encantam
a plateia ansiosa.
Palma arredondada,
dedos de contagem curta,
mas que juntando
as duas mãos,
se transformam em ajuda.
Dedo, ponta macia,
tato apurado,
que num simples contato
percebe-se o gelado.
Mão de leitura pagã,
curvas que explicam a vida,
que descrevem a sorte
ou a triste falta dela.
Linhas tortuosas
que denunciam
o desconhecido,
o passado e o futuro,
clareando o escuro.