Semeadura das Flores de Sangue

Guardados os dias passageiros

e as viagens se iniciam a esmo

cortando estradas e encruzilhadas

que se apresentam no amanhecer.

Lógicas tão repletas e ilógicas

que eu não aproveito as horas

e os minutos são vendidos nos leilões

e o lance maior é de uma eternidade.

É o caos propriamente dito e instalado

entrelinhas de um poema quase poético

mas falta uma alma avulsa e sem pecados,

tão longínqua as minhas possibilidades.

Detrás da porta existe outra porta

e a tranca é de sete chaves, Sete Tumbas;

e as vestes são de Tranca-Ruas e Exus

e a oferenda veio do âmago de mim.

Derramo as estrelas em explosões

e é tão acústico que cantam anjos

e é lírico como as letras de Davi

que em sua harpa afagava o rei temeroso.

Vou colher sóis pelas manhãs de outono

e espalharei sobre as ladeiras o meu sangue

tão doce que será um banquete de beija-flores

e as semeaduras serão flores do meu coração.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 16/02/2013
Código do texto: T4143116
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