Ausência de ser o mesmo
Sem nenhuma razão a mais
além de tudo o que possa fazer sentido
descabi-me desse tonal desacorrentado
empetirgado,
saturado do que muito aparenta
desacendido fulgor
Além de costurados significantes
injetei palavras em calcanhares flechados
Penso em não pensar em mim
durante o ermo que minhas pegadas febris
expurgadas, sudorizadas, desconcertam trilhas
Sonhei-me perdido
acordei homem peixe
fundi-me ao oceano
que me atrai
que amedronta meus medos
Nada é como nunca deixou de ser
enquanto meu coração
queda d´água
despeja energia
a procura de usina
Estação transformadora
em luz que nos acende
na sala de espera
do mais que profundo
E os dias correm...
E o tempo finda
a procura de inícios