MEU MEDO
Tenho medo demais da loucura,
que é o lado sádico da morte,
onde o algoz da dor me tortura
e perco a noção do norte.
Tenho medo demais da ausência
de mim, do controle, de não morrer
quando de nada mais tiver ciência
e na noite nenhuma estrela puder ver.
Tenho medo demais de morrer vivo,
que, sentado na calçada, fique invisível;
que ninguém perceba que estou cativo
na dimensão do eu impossível.
Tenho medo demais de ficar por aqui,
depois de todos meus amores terem partido.
Nenhum ombro para dividir o que perdi,
nenhum coração para lembrar o vivido.
Tenho medo demais da loucura,
que é o lado sádico da morte,
onde o algoz da dor me tortura
e perco a noção do norte.
Tenho medo demais da ausência
de mim, do controle, de não morrer
quando de nada mais tiver ciência
e na noite nenhuma estrela puder ver.
Tenho medo demais de morrer vivo,
que, sentado na calçada, fique invisível;
que ninguém perceba que estou cativo
na dimensão do eu impossível.
Tenho medo demais de ficar por aqui,
depois de todos meus amores terem partido.
Nenhum ombro para dividir o que perdi,
nenhum coração para lembrar o vivido.