O POETA MODERNO
O poeta moderno não faz verso
Faz alegoria
Pinta e borda a poesia
Faz do lirismo o anarquismo
A poesia práxis
Atropelando a sintaxe
“Sobretudo a de exceção”
O poeta moderno
Tem de pedra o coração
É um beberrão político
Coça o saco sifilítico
Faz média ao falar de fome
Cospe no prato que come
E lambe com a língua de trapo.
O poeta moderno come, bebe
E engole sapo.
-Hermílio-
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O poeta moderno não faz verso
Faz alegoria
Pinta e borda a poesia
Faz do lirismo o anarquismo
A poesia práxis
Atropelando a sintaxe
“Sobretudo a de exceção”
O poeta moderno
Tem de pedra o coração
É um beberrão político
Coça o saco sifilítico
Faz média ao falar de fome
Cospe no prato que come
E lambe com a língua de trapo.
O poeta moderno come, bebe
E engole sapo.
-Hermílio-
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O autor não deve explicar o próprio texto; mas a força da conveniência me sugere fazê-lo, tanto pelo que bem humorada e educadamente me diz o amigo poeta Aarão Filho, como por outras possíveis interpretações. Não sou contra, tampouco deprecio a poesia moderna e seus autores. De outro modo, o que diria de Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Fernando Pessoa e tantos outros aos quais tenho citado.
Este poema, a partir do título, descende doutro cuja autora é uma poeta da atualidade. Foi uma forma jocosa, mas sem demérito, à poesia contemporânea. O verso "Sobretudo a de exceção" refere-se à Poética, de Manuel Bandeira. Come, bebe e engole sapo é uma alusão que faço ao poema Os Sapos, também de Manuel Bandeira, com o qual ele satirizou os parnasianos.
Brasília, 19/02/2013
Este poema, a partir do título, descende doutro cuja autora é uma poeta da atualidade. Foi uma forma jocosa, mas sem demérito, à poesia contemporânea. O verso "Sobretudo a de exceção" refere-se à Poética, de Manuel Bandeira. Come, bebe e engole sapo é uma alusão que faço ao poema Os Sapos, também de Manuel Bandeira, com o qual ele satirizou os parnasianos.
Brasília, 19/02/2013