FIM

Como é triste o desastre

que, sem aviso, nos invade...

Certo é, que para um vencer,

alguém tem que perder.

E esse alguém sou eu.

O vácuo invadiu meu ser,

afogando-me até o restante

das minhas forças;

o brilho da vitória

tornou-se opaco,

o mar secou,

o céu caiu,

o mundo desmoronou...

Foram setas furando meu coração,

tirando todo o sangue, então.

Eu, um poeta, simplesmente

um poeta,

sempre feliz, tornei-me pálido,

estático, qual uma estátua de sal

e minha vida tornou-se

uma ode a um derotado.

A alegria sumiu, a tristeza vem

como o sereno da madrugada:

quieto, sombrio, crucial.

É...ofuscaram-te, belo

Raio de Sol.

Maio/1986

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 15/02/2013
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