FIM
Como é triste o desastre
que, sem aviso, nos invade...
Certo é, que para um vencer,
alguém tem que perder.
E esse alguém sou eu.
O vácuo invadiu meu ser,
afogando-me até o restante
das minhas forças;
o brilho da vitória
tornou-se opaco,
o mar secou,
o céu caiu,
o mundo desmoronou...
Foram setas furando meu coração,
tirando todo o sangue, então.
Eu, um poeta, simplesmente
um poeta,
sempre feliz, tornei-me pálido,
estático, qual uma estátua de sal
e minha vida tornou-se
uma ode a um derotado.
A alegria sumiu, a tristeza vem
como o sereno da madrugada:
quieto, sombrio, crucial.
É...ofuscaram-te, belo
Raio de Sol.
Maio/1986