Mensageiro...
Mensageiro!
Vento lento baila vento...
Pensar solto voa leve o pensamento.
Desconexo da razão... A flutuar neste momento
Baila livre, nos braços de um sentimento.
Brisa beija face, corpo e alma...
E de lábios dóceis surge um lamento
Murmúrio, sussurro inaudível,
Solto neste mensageiro vento...
Vento forte leva a sorte.
Trazendo a dor, quando ao meu lembrar...
E paradoxalmente, ao beijar-me o corpo,
Traz alento ao meu penar....
Silenciando a delicadeza do vento
Meu sofrimento ganha voz
E com lábios insanos invoco a morte
Em nome do amor perdido
Segui o óbito da sorte.
Fazendo hirto o corpo
Que dos braços guarida sentiu...
Hoje jaz no esquecido tempo
Tremulando entregue as intempéries do tempo
Como flores, eternas,
O quanto pode ser a vida...
Sem sair do lugar!
Vento,
Brisa,
Baila envolta de mim,
A levar-me os beijos que nunca dei,
E osculam-te...
Os lábios que são meus,
Os lábios que são teus!