Preço da Verdade

"O universo ainda não parou por lhe faltarem alguns poemas mortes em flor na cabeça de um varão ilustre ou obscuro" Machado de Assis

Os dias, o passar da vida

me tiram a cor aos olhos

olhei o mundo de forma lúcida

e vi tudo tão simplório

Não me escorreram lágrimas

nem por isto entristece meu peito

sigo em frente com minhas rimas

que o mundo à mim tem feito

Já não sinto pesar-me os ombros

talvez tenha sido a verdade

jogando o peso aos escombros

junto a fútil vaidade

Viver de futilidade?

então que me carregue o carrasco

e com toda serenidade

façam de madeira meu casco

Que ao solo vá meu sangue

minha carne o solo alimente

que minha amada não se zangue

mas que se vá meu amor ardente

O preço da verdade não foi alto

apenas tirou-me da vida o apelo

não importa se ao abismo eu salto

ou se de minha vida tive zelo

Como dissera mestre Machado

mesmo que morra um poeta

este co' versos inda calada

o universo não cessaria a rota

E se tudo acabar simplesmente assim

direi que este foi um final feliz

pois sem chorar direi enfim

que tenho tudo que sempre quis

Em meu peito não há magoas

tampouco momentos de aflição

aqueles simples momentos na lagoa

que inda vive ao coração

Aleph Maia
Enviado por Aleph Maia em 15/02/2013
Código do texto: T4140826
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