cantiga

as corredeiras vazias

de águas de antes

de anteontens

inda correm

derramadas em sulcos

de lágrimas e luares

insepultos

secas

as corredeiras

insistem

em tempos de pés de céus

que devem tanto cair

miseráveis:

não choram tua falta

pedras eternas

não se movem

eu sei

ventos impunes

- feito meninozinhos

por Almma eternizados em molduras -

correm a esmo

indefesos

e alheios

à tua falta

nada parece saber de tua desistência:

EXISTÊNCIA!

eu bebo a sede

de teu vício

eu paro o mundo

e semeio pés de estrelas

eu vou te buscar

Capiau da roça
Enviado por Capiau da roça em 15/02/2013
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