cantiga
as corredeiras vazias
de águas de antes
de anteontens
inda correm
derramadas em sulcos
de lágrimas e luares
insepultos
secas
as corredeiras
insistem
em tempos de pés de céus
que devem tanto cair
miseráveis:
não choram tua falta
pedras eternas
não se movem
eu sei
ventos impunes
- feito meninozinhos
por Almma eternizados em molduras -
correm a esmo
indefesos
e alheios
à tua falta
nada parece saber de tua desistência:
EXISTÊNCIA!
eu bebo a sede
de teu vício
eu paro o mundo
e semeio pés de estrelas
eu vou te buscar