meus mortos

o que serão desses mortos

que cínicos, já não me assustam,

o que serão deles, se eu ir embora

e tirá-los de minhas custas,

o que serão desses mortos

que hoje, fatiados os vejo,

que só se mantinham eretos

apontando palavras de medo

o que serão desses mortos

que andam tortos de medo

o que serão desses mortos

que como morto cria medo

o que farei com esses mortos

Se morto também me sinto

Se morto também me vejo

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Tenho-o na memória

Andando de canoa

Ou de bicicleta elétrica

Ou fumando o fruto doce

De quando grande...

Tenho-o pesado, na cacunda

Pesando como elefante.

Um fardo, um fado, eletrizante

Tenho-o, sisudo e distante

Sem sono, gritando meu nome

Tenho-o, indo embora e voltando

Pra sempre, como uma gangorra

Importante, como um diamante

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Tenho-o na memória

Andando de canoa

Ou de bicicleta elétrica

Ou fumando o fruto doce

De quando grande

Tenho-o pesado, na cacunda

Pesando como elefante.

Um fardo, um fado, eletrizante

Tenho-o, sisudo e distante

Sem sono, gritando meu nome

Tenho-o, indo embora e voltando

Pra sempre, como uma gangorra

Importante, como um diamante

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 14/02/2013
Reeditado em 14/02/2013
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