meus mortos
o que serão desses mortos
que cínicos, já não me assustam,
o que serão deles, se eu ir embora
e tirá-los de minhas custas,
o que serão desses mortos
que hoje, fatiados os vejo,
que só se mantinham eretos
apontando palavras de medo
o que serão desses mortos
que andam tortos de medo
o que serão desses mortos
que como morto cria medo
o que farei com esses mortos
Se morto também me sinto
Se morto também me vejo
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Tenho-o na memória
Andando de canoa
Ou de bicicleta elétrica
Ou fumando o fruto doce
De quando grande...
Tenho-o pesado, na cacunda
Pesando como elefante.
Um fardo, um fado, eletrizante
Tenho-o, sisudo e distante
Sem sono, gritando meu nome
Tenho-o, indo embora e voltando
Pra sempre, como uma gangorra
Importante, como um diamante
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Tenho-o na memória
Andando de canoa
Ou de bicicleta elétrica
Ou fumando o fruto doce
De quando grande
Tenho-o pesado, na cacunda
Pesando como elefante.
Um fardo, um fado, eletrizante
Tenho-o, sisudo e distante
Sem sono, gritando meu nome
Tenho-o, indo embora e voltando
Pra sempre, como uma gangorra
Importante, como um diamante