Não viver é a desgraça

O sol é belo

E a tristeza é linda

E meu coração

Toma chuva na berlinda

É de sufoco essa vida!

Põe uma bebida, rapaz

Se não gente não aguenta...

Essa estrada é felina!

E escreve em letras Amarelas num

Caderno de brochuras;

Que as mulatas são

Bonitas, que as loiras

São uma beleza e as

Sararás são pimentas

E que adora tanajuras

E a moça no portão

Me olha com carinho

Me fala com os olhos

De um jeito bem mansinho

Que quer os meus abraços

E sentar no meu cantinho

E eu pulo e danço

E faço troça de solavanco

Desdenho do amor..

Tudo que quero É descanso...

O mar está longe

Mas o rio mansamente

Segue seu rumo,

(no desaprumo)

No barco há frutas

E carne, fumo e cachaça

E um pouco de raça

E faça direito, não esquece

Vai na pirraça mesmo, rapaz!

Faça, meu nego, raça

Pois essa vida é curta

E não viver é a desgraça!