instante perplexo
deitado no feitura do chão
um homem sujo e de algibeira
aberta, dorme um sono perturbado
como se devesse uma vida certa
seu corpo todo é dor, na sua áurea
o que existe é terror, tenta, em vão,
fugir do presente - buscando um
refúgio - um paraíso inocente...
da sua boca sai o hálito amargo
do álcoo, que suas entranhas lhe
consome, nos lábios uma branco
amarelado de quem ainda pulsa
fome...
seu passado já se foi, o seu futuro
não é mais, o que lhe tem é o seu
tormento - instante que lhe resume
E os traseuntes que lhe passa perto
nem sequer sabe seu nome