VINAGRE
Quero fazer da vida
um hino de alegria
e que ela seja embebida
com vinho, música e adrenalina.
E beber deste cálice
todo dia, toda noite
e sedado, não sinta na face
e em todo o corpo, o açoite.
Mas, se ela for
um canto triste
e mesmo que a música
desafine,
a adrenalina
naufrague
e o vinho
vire vinagre;
que eu tenha forças, de novo,
para, de novo, afinar;
e adrenalar
o meu dia-a-dia.
E com o vinagre temperar
a salada da minha poesia.
30 de Outubro de 1989