INQUIETAÇÃO

Gravo na pedra o meu grito

Que no silêncio suporta a minha dor

Gravo na lápide do desalento, a esperança

Deixo à porta da cela, a minha dor

Não há fechadura, chave, nem grilhetas

Carrasco, guarda, ou ladrão

Há no chão, encarcerado, moribundo

O desalento, a dor, a inquietação

Aquele chão negro da tristeza

O verde da esperança pintará

Naquela cela escura, cor da morte

O Sol da alegria chegará

O silêncio mudo ganha voz

E esse corpo inerte se levanta

Dando vida á morte que há em nós

Com o grito preso, na garganta!

Mário Margaride
Enviado por Mário Margaride em 15/03/2007
Código do texto: T413946