A dor do velho

Vinte e quatro anos e uma dor de cabeça.

Tão jovem e tão desgastado.

Estive acordado em horas da madrugada

a tentar descobrir quanto

me falta para morrer.

Quase descobri, mas não tenho certeza.

Se for muito, saborearei cada momento

sem pressa de ser feliz,

cantando e dançando só quando der vontade.

Se for pouco, viverei intensamente

cada instante de alegria,

bebendo avidamente o suco da vida.

Picasso diz que é preciso muito tempo

para ser jovem.

Deixei o meu talismã pendurado.

Só vou tirá-lo de lá quando eu for jovem.

Dos dias que faltam nesse meu caminhar,

hoje é o dia.

Hoje estarei em pé diante

do meu sonho de anos a fio

E lhe direi poucas e boas

Mas sei quando eu fiquei velho.

Foi quando parei de sonhar.

Foi quando morri para a vida.

Daquelas vezes tinha sido só um alento

para continuar.

Dessa vez não.

Vi o que não se via.

Compreendi o incompreensível.

E essa dor que não passa...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 13/02/2013
Código do texto: T4138740
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