Elos da Loucura
Pensar que posso ver as cores das flores alegres,
e cantar mesmo calado com minhas dores tímidas,
e adorar mesmo no pecado dos sonhos filmados,
e fazer provas sobre os documentos arquivados.
Pensar que posso na utopia, cheirar os perfumes,
que acendem o arsenal para esse mundo em paz,
e elaborar o esboço do calabouço posto da tortura,
e emanar a loucura que ouço, num canhão incapaz.
Pensar que posso nas mentiras da poesia acesa,
colocar sobre a mesa o que não tenho a certeza,
de poder devorar, detonar palácios do devaneio,
e poeta sem freio, penso o fim sendo elo do meio.