COMO NÃO VI OS PEIXES, FIQUEI BEIJANDO AS ÁGUAS

Meu poema se torna
uma faca entrando na água.
A paisagem ao redor
apenas assiste
circunspecta.

Devolvi os beijos de ontem
à musa de lábios rubros
e corpo flébil.
Não me sinto melhor
por conta disso.

Apenas deixo a tristeza,
que insiste em me ferir,
ganhar o tônus
de uma canção bonita.

Violões folk ao fundo...