A BEIRA DO CAMINHO

Tu que sentastes à beira desta estrada

Fadigado, triste, amargurado,

Na solidão dos que caminham sós;

Desiludido pela peça do destino,

A recordar abandonado peregrino,

Do berço lindo que te agasalhou...

Tu, que fadigado e que

Imerso em sofrimento chora,

No palpitar de longuínquo pensamento

Que te provoca sair do mundo de agora...

Não te esqueças que a dor liberta a alma

É renuncia, das mundanas lidas,

É o alívio para o despertar...

Tu que aí sentado a massacrar o corpo fraco,

Em sofrimento esquece o que é viver...

Desnude esse marasmo a toldar - te o

Pensamento e busque em algum lugar

Neste momento a alegria que acercava - te o ser.

Lembra - te com carinho da criatura delicada

E imbatível a conduzir-te pelas

Mão desde o nascer...

Alguém a esperar - te com fervor do afeto

E em oração noites infinda passa em claro,

A relembrar o tempo em que criança fora

Querendo ver – te em agrado no momento

Há tanto que do lar tu fostes e que não

merece sofrer este tormento.

Revive os dias em que te acalantava,

Quando entre mantas a dormir sonhavas

E abraçava-te na efusão do infinito zelo.

E tu a sorrir davas os braços

Ao sentir o ardoroso coração

Festivo a segurar- te no abraço acolhedor...

Olhinhos ávidos pelo seio amigo,

De quem queria saciar a fome

Do sôfrego e destemido gugunar

de seu rebento tão querido...

Abandones correndo a margem desta estrada,

Não curves mais à solércia dos malditos

Que na ilusão do vício te envolveram.

Busque naquele mesmo peito hoje cansado

A alegria que vivias no passado quando

Criança toda suja recebia o abraço da

mãe querida que sempre te acolheu.