O LOUCO DA MADRUGADA
Na noite já passada
Eu tentei adormecer
E ainda de madrugada
Lá estava a escrever
Finalmente já deitada
O sono quase chegando
Levantei sobressaltada
Fui à janela, espiando
Caminhando pela rua
De novo ele gritando
Pés descalços na pedra nua
Sua loucura destilando
De onde vem este coitado
Que chega com hora marcada
Andando sempre apressado
Perturbando a madrugada?
Seus gritos perturbadores
Expressam demência incontida
Talvez de muitos horrores
De uma vida sofrida
Tão rápido quanto chegou
Ele parte na noite escura
Na rua o silêncio voltou
Trazendo-me , amargura
Sua loucura abrandada
A ELE peço somente
Para esta alma doente
Gritando na madrugada
Na maciez de meu leito
Adormeço finalmente
Sentindo ainda no peito
O quanto sou impotente