ILHA
Hoje acordei sem vontade de levantar.
O dia está para preguiça
-e a cama é ilha-
e nesse instante, sinto meu corpo flutuar,
e sinto o cheiro de maresia em amar.
Insanidade?
Talvez seja a saudade
Que chegou e aportou nesse mar...
E a ilha bóia.
Flutua sobre o mar, o amar...
Olho essas ondas e penso
-na ilha, pensamento é virtude-
que vem e vão, para longe e para perto,
levam meu nome a céu aberto
e trazem-me seu corpo desperto
- que atraca em minha ilha fazendo-me feliz -
Oh!! Por Netuno!
Venha nu à minha ilha,
perca-se em gritos nesse meu corpo que grita
- na ilha-
navegante noturno...
Segue em deriva e mostra-me as estrelas,
-no mar também tem estrelas-
Nesse barco salva vida
aportando minha ilha e livrando-me da solidão
-o mar é amplidão-
Lágrimas incontidas regando despedidas.
Dores da separação...
Vai embora, deixa minha ilha agora,
seguindo em busca de novos portos,
-muitos são os portos nesses mares da vida-
mas nenhum outro porto vai abrigar seu corpo
com a loucura insana de ondas revoltas
desse mar em amor que em minha ilha encontrou.